11/09/11

é sempre assim (...)

toca o telefone: 

ele: sim?
ela: olá!
ele: quem é?
ela: sou eu, a felicidade iludida.
ele: o que queres?
ela: dizer que te amo
ele: outravez? já ouvi isso umas quinze vezes, não te cansas?
ela: quem ama não cansa (...)
ele: mas eu canso-me! eu não te amo!
ela: o quê?
ele: é isso mesmo! eu iludo e por isso chamo-me ilusão do amor.

neste momento uma lágrima corre na face dela até ao momento de cair no chão (...)

ela: como podes dizer-me isso?
ele: dizendo! não devo nada a ninguém.
ela: não deves nada?
ele: claro que não.
ela: deves sim, o teu amor!
ele: hã? amor?
ela: sim. tu fazes-me voar tão alto e agora dizes que não me amas?
ele: eu? deves estar a ficar louca!

e as lágrimas não parávam de cair (...)

ela: estou louca mesmo, pois acreditava em ti!
ele: tu sabias que era só amizade, certo?
ela: é claro que não. vieste-me com coisas românticas, fascinando-me só com palavras e ainda me beijaste!
ele: um beijo? aquilo nem foi beijo...
ela: não foi beijo? então o que foi?
ele: um beijinho
ela: então e um beijinho não é um beijo?
ele: não.
ela: quer dizer que eu não significo nada para ti?
ele: significas...
ela: o quê?
ele: uma conta no final do mês! agora vou desligar.
ela: não... por favor!
ele: porquê?
ela: porque eu te amo!
ele: qual é o valor que o teu amor me vai dar?
ela: felicidade
ele: eu espero coisas diferentes
ela: eu vou ser tua.
ele: isso não vale! quanto custas?
ela: porquê essa pergunta?
ele: para o caso de eu enjoar, assim vendo-te! posso?
ela: o que te fiz para me tratares assim?
ele: me amares! agora vou desligar!
ela: não por favor!
ele: queres parar com isso?! chega!
ela: não desligues, por favor. 
ele: ?
ela: fala comigo.
ele: ? 
ela: por amor de deus, diz-me que me amas!
ele: épá, eu já estou farto de ti, agora esquece-me!
ela: eu prefiro morrer do que te esquecer.
ele: ái é? então mata-te!
ela: não, por favor. não me faças isto. eu AMO-TE

uns dias depois (...)
um curioso: do que morreu ela?
enfermeira: de intoxicação provavelmente, tomou muitos medicamentos em grandes quantidades.
curioso: coitada...ela tinha algum problema?
enfermeira: sim, sofria de amor...

então, no dia do funeral, o rapaz que ela gostava apareceu no local, e deixou cair para cima do seu caixão uma rosa vermelha, e falou baixinho: "eu amo-te!"
e ela lá em cima vendo tudo, respondeu-lhe: "tarde de mais..."

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